1ª Mostra de Arte do Prisma Os C
- Ligia Rebelato
- 7 de jun. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 1 de fev. de 2022

Exposição organizada no Prisma - Centro de Estudos do Colégio Santa Maria
De 03 a 12.05.18
Os termos clássico e romântico frequentemente surgem em muitas referências à arte ocidental produzida entre os séculos XIX e XX. O primeiro associa-se à arte do mundo greco-romano, e àquela que foi tida como seu renascimento entre os séculos XV e XVI. Em ambos os casos, o anseio pela cópia da realidade dá origem a obras que refletem uma forte aproximação entre modelo e imitação. Já o termo romântico remete à arte cristã da Idade Média, e, mais precisamente, ao Gótico. Nesses casos, a fidelidade ao mundo real dá espaço a representações cujas formas “desprendem-se” da realidade, de modo a originar obras que apresentam um maior distanciamento entre modelo e imitação.
O rápido desenvolvimento do sistema industrial, já notado no final do século XIX, associado a grandes transformações sociais e econômicas, impulsiona mudanças contínuas, inclusive nas artes. Em meio à ânsia por reformismo, os artistas, em busca de tendências “modernas”, trazem à tona elementos como o traço irregular, a geometrização e a simplificação (citando apenas alguns exemplos), carregados de subjetividade. Como resultado, surgem obras que se “libertam” cada vez mais de seus modelos, aproximando-se, assim, da tendência romântica.
Partindo da ideia de que, após o surgimento dessa “linguagem moderna”, os clássicos pudessem ser associados ao conceito de “antigo”, passando a ser desvalorizados, nasce a mostra “Os clássicos são eternos”, apoiada na ideia de que tendências divergentes não devem ser vistas como linguagens que se opõem, mas que, antes de tudo, refletem posturas diferentes do sujeito em relação à representação da realidade. Se tomadas como parte de um mesmo ciclo de pensamento, diferentes linguagens podem se sobrepor – e não se contrapor – formando um conjunto composto por camadas capazes de refletir múltiplos processos que se somam.
Desse modo, as obras aqui apresentadas estão unidas pela busca da representação do real, seja por meio de uma clara tendência clássica, seja por poéticas que abram a possibilidade de um eterno “navegar” entre a dialética clássico / romântico. Ao se enxergar nos diferentes estilos aqui expostos expressões particulares para retratar a realidade, é possível que infinitos diálogos se estendam pelo tempo, sustentando, assim, a perpetuação de elementos estilísticos. Assim, tornam-se eternos não apenas o clássico, mas toda e qualquer tendência artística.
Ligia Rebelato
Curadora
Obras: Norma Alonso Arruda. Maísa. 2000. Pastel seco. 50 x 35 cm.
Luiza Eugenia Lemos Miceli. Camponesa. 2016. Acrílico sobre tela. 60 x 50 cm.
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